quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Chega de saudade


Vamos aos fatos:
O Ruy Castro dedicava-se apenas ao jornalismo (como se dedicar-se ao jornalismo fosse uma atividade fácil) antes de publicar seu primeiro livro de biografias.
Talvez isso explique a diferença de Chega de Saudade, a história e as histórias da Bossa Nova, para os outros livros dele que eu lera já há alguns anos: O Anjo Pornográfico (Nelson Rodrigues) e Estrela Solitária (Garrincha).
A diferença é e está em uma leve falta de objetividade textual, que se não fosse citada por minha querida amiga, Lisiane Gonçalves, que é quem me emprestou gentilmente o livro, talvez eu não perceberia.
Ruy Castro também é autor da Biografia da Carmem Miranda e trabalha com a melhor editora de livros do país, a Companhia das Letras. Mas vou defender o seu estilo das críticas da Lisi, baseado nas suas narrativas sobre Garrincha e Nelson Rodrigues. É talvez o melhor biógrafo vivo no Brasil.

E o livro?
Muito legal, apesar da abrangência da informação e do escritor estar terminando a lapidação do seu melhor estilo.
Vale muito a pena saber como surgiu o Samba-Jazz, que na minha opinião é melhor que o Jazz, e que foi acidentalmente nomeado Bossa Nova.
Num país onde se força a ter orgulho de coisas que já existiam antes de nós chegarmos aqui, a Bossa Nova, mais que motivo para se orgulhar em todos os cantos do mundo, é um exemplo do amadurecimento cultural de uma geração, da inconformidade e do bom gosto, que já fez diferença na hora de se fazer música. É uma boa dica também e principalmente, na falta de argumentos músico-intelecutais ou sociais, nas mesas dos bares, as 4 da manhã. E também para mostrar que, mesmo 40 anos depois, ela é capaz de conquistar admiradores... seria muito piegas dizer que a Bossa Nova é eterna? Bom, de qualquer maneira, é bom saber que nem todo o mundo a esqueceu do lado de baixo do equador.

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