sábado, 13 de março de 2010

Depende da perspectiva...


No meu trabalho, eu viajo bastante.
Acumulo milhas, conheço lugares bacanas e outros nem tanto. Foi assim com Salvador, em dezembro do ano passado, Porto de Galinhas, novembro, ou Iaçiara, cidadezinha escondida no norteste do estado de Goiás.
Quando é possível surfar, eu checo os compromissos que tenho e, sobrando um tempo livre, caio na água.
Mas não viajo no trabalho para surfar. Portanto, se der praia ou se for o interiorzão, onde só vejo gente de camisa xadrez e bota de cowboy, o foco é sempre o mesmo, fazer o melhor possível e deixar clientes e parceiros satisfeitos.
Como quase tudo na vida, há o lado bom e o lado ruim de passar pelo menos dez dias do mês fora da base. O lado bom é, como já disse antes, conhecer lugares legais, lidar com pessoas bacanas, fazer amizades e, bem não existe monotonia nessa atividade. O lado ruim é que você não consegue fazer atividades que exigem repetição, como ter um plano eficiente para academia, e também não tem uma agenda normal, com finais de semana para aproveitar.
Por isso, quando eu tenho um tempo, seja no final de semana, seja no meio da semana, eu normalmente vou para a praia.
Então, uma viagem de carro de 400 km é uma coisa que, no mínimo, gera uma série de expectativas. Como vai estar, quem vai estar, se estou bem fisicamente para aproveitar...
Nessa semana que está acabando, terça-feira, a tempestade Anita causou estragos em muitas cidades litorâneas do sul do Brasil. E também produziu ondas enormes por toda a costa. Minha folga começava na quinta-feira e eu havia decidido. Vou pegar essas ondas, ou o que sobrar delas em Santa Catarina. Saí na quarta de noite, depois do trabalho em direção ao litoral do RS para pegar minha prancha favorita, passar a noite e na quinta pela manhã pegar a estrada para o Rosa.
Quando cheguei aqui, as ondas já haviam perdido a intensidade que fizera muros ruirem, arrastara quiosques e fechara a navegação entre SC e RS. Mas ainda tinha uma brincadeira. E que brincadeira.

As séries chegavam a seis, sete pés (1,5m)com paredes dando dois metros, dois e meio fácil. E a crowd era qualificada. Uma seletiva que vai colocar 10 surfistas para correr o SuperSurf, que é a elite brasileira do esporte, estava começando. Nomes como Guilherme Herdy, Rodrigo Dornelles, Dayson Pereira, entre outros, estavam no line up ao lado do Angelo e do Zé das Couves. De tarde, consegui pegar ótimas ondas. Direitas e esquerdas. Mas na sexta-feira, o mar começou a baixar mesmo. De manhã, peguei a câmera cedinho e capturei imagens mágicas no canto sul antes de cair. De tarde, mais um banho no canto norte e a gente nota que o corpo se acostuma, que o surfe começa a ficar mais fluído.
Mas hoje - sábado - de manhã cedo a condição ficou embaçada. Está muito baixo. Acabo de ver uma onda da Seletiva que está rolando e o carinha veio matando barata até a beira para, na única manobra possível, terminar com um aereozinho. E pensar que ontem vi nego passar de um metro voando sobre as ondas.
Eu sou um surfista relativamente pesado. Preciso de onda grande para andar bem. Mas já que estou aqui, vou deixar de lado o computador e encarar essas marolinhas.
Tudo na vida também é uma questão da perspectiva do observador - até o tempo, como defendia Alber Einstein. Então, sei bem que se eu estivesse em Porto Alegre, daria tudo para estar aqui... e não é que tem umas séries entrando bem alinhadinhas agora?
Fui...

Um comentário:

LU K. disse...

Ahhhh, aproveita! A praia do Rosa é tuuudo de bom!!! beijos