quinta-feira, 25 de março de 2010

O velho e o Mar... e uma errata.

Entre as poucas coisas que me facinam, está, naturalmente, o mar. Procuro por literatura que fale das histórias, verdadeiras ou não, lendas, piratas, mitos, Deuses que tenham ligação com os oceanos sempre que posso. Vou da Odisséia à biografia do Kelly Slater passando por No coração do mar, livro que conta a história que inspirou o clássico Moby Dick. E, domingo passado, lá estava eu, na linda Belo Horizonte, longe do litoral e precisando acalmar minha ansiedade enquanto esperava meu vôo para Goiânia. Entrei na La Selva. Nem sempre encontramos livros que nos interessam. Certamente, deixamos muitos de lado que nos interessariam por não os conhecermos. Mas eu já havia estado com o Velho e o Mar, do Ernest Hemingway, na mão em outra oportunidade e, desta vez, foi minha escolha.
Hemingway morou em Cuba, e seu livro fala sobre a incrível luta entre um pescador e um peixe travada no mar do Caribe por dois dias e duas noites. Mas o que eu achei mais incrível foi a simplicidade do texto. Depois fiquei sabendo que os livros do Hemingway, que fora jornalista, eram todos assim mesmo.
A narrativa é maravilhosa, com riqueza de detalhes tanto no que se refere ao que pensava Santiago, o pescador, como ao que se passava ao redor do barco. E o enredo pega muito fácil no leitor. Mas continuava me chamando a atenção o estilo do Hemingway. Porque, afinal, ele ganhou um Nobel de literatura e escrevia com economia de adjetivos, o que é ótimo, mas também sem grandes contextualizações, realmente como se estivesse fazendo uma reportagem para jornal. Linguagem direta, sem mostrar em nenhum momento rebuscamentos e erudição. Livro fácil de ler até para quem não gosta de literatura.
Postei no facebook uma comparação entre ele e o Gabriel García Marques. Desastre. Os dois tem o mesmo estilo, foram jornalistas, o Marques mora hoje em Cuba e ganharam um Nobel de literatura. O que me derrubou é que eu li o Memórias de Minhas Putas Tristes com a expectativa de estar conhecendo um grande escritor, sem saber que seu estilo estava mais para o jornalismo do que para a literatura. Além do mais, a história do livro é a de um velho safado que, ao fazer 95 anos, quer se dar de presente a virgindade de uma menina de 15.
O Marques é ícone do que ficou conhecido como realismo mágico e só vejo críticas legais sobre ele... então... bem... como eu não conheço nada disso, vou ler mais antes de escrever aqui no Blog, que é o veículo oficial das minhas opiniões sérias e das minhas mentiras sinceras.

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